Este trabalho tem o objetivo de investigar como os dicionários escolares de língua materna são usados
em sala de aula por alunos do ensino fundamental, buscando compreender que dificuldades, hábitos e
crenças os alunos tem no uso desse tipo de obra, que orientações eles recebem, como eles percebem
a representação visual do dicionário, bem como, examinar o impacto que o ensino do uso do dicionário
tem sobre o desempenho dos estudantes. Está fundamentado teoricamente nos trabalhos e pesquisas
de Biderman (2001), Porto Dapena (2002), Krieger & Finatto (2004), Welker (2004, 2006, 2008), Pontes
(2009), Tarp (2006), Damim & Peruzzo (2006), Duran & Xatara (2006), Kress e van Leeunwen (2006),
Martins (2007), Gomes (2007), Duran (2008), Maldonado (2008), Zavaglia (2010, 2011), Krieger (2011,
2012), Leffa (2011), Silva (2011), Antunes (2012) entre outros. Trata-se de um pesquisa de desenho
misto em que coletamos dados quantitativos através de um questionário e um teste e dados qualitativos
através de entrevistas com alunos de uma turma de 5º ano do ensino fundamental. A análise dos dados
revelou que em sala de aula é feito um uso bem tradicional do dicionário com o objetivo de esclarecer
dúvidas de significado ou de ortografia, não se explora o potencial informativo e cognitivo do dicionário
enquanto ferramenta didático-pedagógica; que percebem a representação visual do dicionário, identificando
a função dos vários recursos visuais das páginas e dos verbetes, tais como, cor da palavraentrada,
organização em duas colunas, recuo de parágrafo na entrada, ilustração. Com base nos resultados
dos testes, para esse grupo em estudo, podemos concluir com certa segurança que o ensino
do uso do dicionário melhorou o desempenho dos alunos na utilização desse tipo de obra, confirmando
assim nossa hipótese experimental. Face a isso, podemos considerar que é preciso capacitar o professor
para fazer um uso mais efetivo dessa ferramenta em sala de aula e proporcionar aos alunos orientações
seguras sobre como usar o dicionário, bem como contribuir para a construção da autonomia do
educando no processo de ensino-aprendizagem.