A des-historicização na práxis social e na ciência histórica: implicações no Ensino de História no Brasil
Autor(es):
Santos Junior, Francisco Joatan Freitas
Palavras Chaves:
Práxis; Ciência histórica; Ensino de História; Des-historicização;
Ano de Publicação:
2022
Resumo:
Esta tese investiga o processo de des-historicização na práxis social e na ciência histórica, tendo em vista suas implicações no Ensino de História no Brasil, no período de 1988 aos dias atuais. Nesse sentido, o “fim da história” anunciado por Fukuyama (1992) aparece como uma ideologia des-historicizante na práxis social e na ciência histórica, e por isso, questiona-se sua natureza com base nas críticas marxianas às abordagens positivistas e pós-modernistas. Parte do pressuposto de que ocorre nas sociedades capitalistas um processo de des-historicização na práxis social que impacta negativamente a vida do ser humano ao destituí-la de memória reflexiva sobre sua própria práxis, à luz de um saber histórico-científico. O objetivo geral é compreender o processo de des-historicização na práxis social e na ciência histórica, desvelando suas implicações no ensino de História no Brasil. A pesquisa se orienta pelo horizonte metodológico do materialismo histórico-dialético, adotando o estudo analítico-exploratório das referências bibliográficas e das fontes documentais. A temática é tratada basicamente em seus aspectos teóricos, concentrando-se nos campos das teorias da história e do ensino de história, considerando os fundamentos filosóficos da educação. A manipulação dos fatos históricos se tornou regra nos governos republicanos através dos marcos legais que regulamentam os usos dos livros didáticos, tornando-se uma ferramenta pedagógica para legitimar esse processo des-historicizante que se passa por tradição histórica nacional. Essa des-historicização pode ser percebida também na própria legislação que regulamenta os livros didáticos e os currículos escolares. Conclui-se que o desafio dos historiadores não deve ser apenas construir uma simples enciclopédia des-historicizante da história, uma realidade ficcional baseada em “contos de fadas” das elites locais ou mundiais. O papel da crítica histórica, por mais difícil que possa ser, deve ser resgatar o real sentido histórico da práxis humana, portanto, cabe ao historiador pensar para além do “fim da história”, visando reconstruir a ontoepistemologia da historicidade humana.
Abstract:
This thesis investigates the process of de-historicization in social praxis and historical science, in view of its implications for the Teaching of History in Brazil, from 1988 to the present day. In this sense, the “end of history” announced by Fukuyama (1992) appears as a de-historicizing ideology in social praxis and historical science, and therefore, its nature is questioned based on Marxian critiques of positivist and post-modernist approaches. modernists. It starts from the assumption that a process of de-historicization in social praxis occurs in capitalist societies that negatively impacts human life by depriving it of a reflective memory about its own praxis, in the light of historical-scientific knowledge. The general objective is to understand the process of de-historicization in social praxis and historical science, revealing its implications for the teaching of History in Brazil. The research is guided by the methodological horizon of historical-dialectical materialism, adopting the analytical-exploratory study of bibliographic references and documental sources. The theme is treated basically in its theoretical aspects, focusing on the fields of theories of history and teaching of history, considering the philosophical foundations of education. The manipulation of historical facts became the rule in republican governments through the legal frameworks that regulate the uses of textbooks, becoming a pedagogical tool to legitimize this de-historicizing process that passes for national historical tradition. This de-historicization can also be seen in the legislation that regulates textbooks and school curricula. It is concluded that the challenge for historians should not be just to build a simple de-historicizing encyclopedia of history, a fictional reality based on “fairy tales” of local or world elites. The role of historical criticism, however difficult it may be, must be to rescue the real historical meaning of human praxis, therefore, it is up to the historian to think beyond the “end of history”, aiming to reconstruct the ontoepistemology of human historicity.
Tipo do Trabalho:
Tese
Referência:
Santos Junior, Francisco Joatan Freitas. A des-historicização na práxis social e na ciência histórica: implicações no Ensino de História no Brasil. 2022. 233 f. Tese (Doutorado em 2022) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2022. Disponível em: Acesso em: 28 de abril de 2024
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