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Repositório Institucional - UECE
Título:
A cidadania em aristóteles e cristo: estudo comparado de filosofia sócio-politica

Autor(es):
Paula, Ricardo Henrique Arruda de

Palavras Chaves:
Não informado

Ano de Publicação:
2001

Resumo:
Esta dissertação de mestrado em filosofia tem como objetivo primordial, fazer uma cartografia antropológica e filosófica da visão ideológica de Aristóteles e Cristo sobre a cidadania em suas devidas épocas. Para tanto, utilizamos como metodologia da estrutura deste trabalho, o procedimento empregado pelo antropólogo francês Louis Dumont, em seu livro "Ensaios sobre o individualismo". Contudo, empregamos a estrutura antropológica do trabalho de Louis Dumont e nela, ou através dela, guiamos nossa atividade filosófica, realizando a tarefa comparativa de confrontar dois personagens, duas cidades e, também, duas realidades distintas. Em um primeiro momento, procuramos analisar as sociedades antigas, partindo do princípio de que a maior parte delas por serem sociedades tradicionais (ou holísticas), guardam entre si semelhanças culturais. Logo, entre a comunidade grega da antiguidade e a comunidade judaica, existem elos que as aproximam, que é a valorização do Estado acima do valor individual dos seus cidadãos. Em um segundo momento, procuramos identificar Aristóteles (seguindo o método antropológico de L. Dumont) como "um indivíduo-no-mundo". Conceituamo mundo como a comunidade política, ou a polis grega, uma ordem sócio-política, um espaço comunitário, portanto, uma comunidade humana. Nesse caso, o cidadão teria o papel fundamental dentro da visão política aristotélica. Segundo Aristóteles, o cidadão seria aquele englobado pelos fatores políticos da cidade e, logo, através da participação nela, receberia sua segunda e mais importante identidade, que seria a coletiva (sendo a primeira identidade a biológica), ou a cidadania. No entanto, seguindo a concepção exposta no livro "A Política", haveria, também, os não cidadãos. E aqui, fizemos a explicação sobre quem era cidadão e quem não era, bem como quem perdia a cidadania. Na complementação desse capítulo, dialogamos com as diversas formas culturais que existiam na sociedade grega aristotélica e pré-aristotélica, formadoras da cidadania, entre elas a Paidéia, o culto público aos deuses, as atividades comunitárias e o culto aos mortos. Finalizando o período aristotélico, examinamos o nascimento do período helenístico e, dentro dessa época, nos detivemos na figura do "sábio renunciante" (conforme L. Dumont), que tinha como concepção filosófica, a abdicação dos preceitos políticos e dos laços comunitários. Elegemos um representante do período, que foi Diógenes que demonstrou, com seu modo de vida, a total apatia pelo Estado e por uma ordem comunitária. Nesse período, vemos a derrocada da polis aristotélica, bem como o enfraquecimento da cidadania aos moldes clássicos e o início do individualismo nas sociedades tradicionais, que faz um rito de passagem o período seguinte atribuído a Cristo. Classificamos (conforme L. Dumont), Cristo como o "indivíduo-fora-do-mundo". Demonstramos, para isso, que o conceito de mundo que aplicamos ao longo desta dissertação, se refere à comunidade política, ou mais precisamente, ao mundo dos homens. Portanto, Cristo estaria mais comprometido com uma cidade divina, de que com uma cidade e cidadania terrestre. Por conseguinte, estudamos o novo testamento e, também, nos subsidiamos do velho testamento, para chegarmos a visão que Cristo teve da cidade e da cidadania. Cristo, também, conforme estudamos, seria um tipo de renunciante, mas não mais o "sábio renunciante", e sim, o "religioso renunciante" (conforme L. Dumont). A cidade não mais se movimenta, no ponto de vista de Cristo, pela política, ou por uma raça determinada (como havia no antigo testamento), mas por um conceito sobre-lunar, de fraternidade e de amor. Observamos que várias categorias humanas são relativizadas por Cristo, como o espaço e o tempo. Sambem examinamos e contrapomos à sociedade aristotélica, as formas culturais que eram paradigmas a todos os cidadãos, como rituais religiosos, o trato com as questões da morte e a educação. Finalizando, concluímos com o somatório das duas cidades, a aristotélica e a cristã, procurando deixar, também ao leitor, a possibilidade de desvendar a contribuição de ambas para uma cidadania efetiva e igualitária.

Abstract:
Ver documento original.

Tipo do Trabalho:
Dissertação

Referência:
Paula, Ricardo Henrique Arruda de. A cidadania em aristóteles e cristo: estudo comparado de filosofia sócio-politica. 2001. 130 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2001) - Universidade Estadual do Ceará, , 2001. Disponível em: Acesso em: 25 de abril de 2024

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